NATA - NÚCLEO AFROBRASILEIRO DE TEATRO DE ALAGOINHAS
O
Núcleo Afro brasileiro de Teatro de Alagoinhas - NATA, fundado em 17 de outubro
de 1998, na cidade de Alagoinhas surgiu de um festival estudantil de Teatro
onde representava o Colégio Estadual Polivalente de Alagoinhas.
Nestes
15 anos de trabalho, o NATA vem realizando montagens teatrais, oficinas,
leituras dramáticas, seminários, intercâmbios artísticos e movimentando o
espaço teatral com projetos que discutem, divulgam e valorizam a cultura
afro-brasileira em Alagoinhas, Salvador e em grande parte do interior do Estado
da Bahia. Nossos espetáculos possuem como eixo norteador a história, cultura e
religiosidade afro-brasileiras, a fim de colocar em debate os preconceitos e as
imagens equivocadas que povoam histórica e culturalmente o imaginário coletivo
da sociedade, resultado de um processo de colonização e racismo.
Sempre
nesse caminho, em 2009, no intuito de contribuir efetivamente no processo de
divulgação, manutenção e valorização da herança ancestral africana, o NATA
montou o espetáculo Siré Obá – “A festa do rei”, uma grande homenagem aos
Orixás e a todo o povo de axé do Brasil, este espetáculo ganhou o edital Manoel
Lopes Pontes de Estímulo a montagem de espetáculo teatrais do Estado da Bahia, recebeu três indicações
ao Prêmio
Braskem de Teatro 2010
nas categorias Melhor espetáculo Adulto, Direção Revelação sagrando-se vencedor
na Categoria Especial pela direção musical de Jarbas Bittencourt.
Ainda
como parte do projeto Siré Obá,
o NATA realizou o I IPADÊ – Fórum Nata de Africanidade que teve como
temática “O sacro e o performático: a arte no/do candomblé”. O Fórum
incluiu desde mesas redondas com o elenco discutindo o processo do espetáculo
Siré Obá – “A festa do REI” a relatos de Yalorixás e Babalorixás de Alagoinhas
comentando sobre o candomblé na cidade e sua relação com a comunidade.
O
NATA montou os espetáculos Axé “Origem, encanto e beleza” (2000), Senzalas “A história, o espetáculo” (2002) e Axé! (2003),
Perfil “Só
vendo pra crer” (2004) A Eleição (2005)
montagens que contribuíram para o combate a intolerância religiosa sofrida
pelas Comunidades de Axé, instaurando a discussão e provocando reflexões, por
meio de códigos estéticos.
Em 2010, o NATA estreia o
espetáculo Ogum “Deus e Homem, montagem contemplada com o I Prêmio Nacional de Expressões Afro
brasileiras patrocinado pela Fundação
Cultural Palmares, Ministério da Cultura e CADON e realizou o II IPADÊ –
Fórum Nata de Africanidade que abordou o tema “Candomblé e Contemporaneidade” reunindo intelectuais,
artistas, yalorixás, babalorixás, as comunidade de axé, acadêmicos e a
comunidade em geral no palco do Teatro Martim Gonçalves na Escola de Teatro da
UFBA.
Em
2011 o NATA é convidado a compor o quadro de grupos residentes do Teatro Vila Velha sendo o primeiro grupo do
interior a fazer parte dos grupos residentes do citado teatro e realiza esta
residência artística até o fim de 2012 e faz apresentações do espetáculo Siré
Obá no Festival
Internacional A Cena Tá Preta do Bando de Teatro Olodum.
Em
2012 o NATA estreia o seu primeiro infanto juvenil POPOESIA
PAPA CRIANÇA
e realiza temporadas em Alagoinhas, Rio Real e Araças , para alunos do ensino
fundamental e médio. Realiza um intercâmbio cênico com o grupo performático
Teatro da queda que rende o espetáculo “Abismo -Todas as coisas são frágeis”.
Neste
mesmo ano o espetáculo Siré Obá apresenta-se no Festival Internacional de Artes Cênicas
da Bahia FIAC – BA,
abre a II Mostra
Universitária Salvador de Teatro – MUST no
pátio da Escola de
Teatro da UFBA.
Em
2013 integrou a Mostra do Teatro Baiano no Fringe mostra paralela do Festival
Internacional de Curitiba sob a curadoria de Wagner Moura e Vadinha Moura, apresentou-se no projeto Nova
Dramaturgia de Melanina Acentuada sob a coordenação de Aldri Anunciação que realizou a ocupação do
Teatro de
Arena Eugênio Kusnet
em São Paulo, realizou apresentação na Sala do Coro do TCA
através do projeto da Secult que integra a Copa das Confederações “Projeto Cultura em campo” e participará dos Ciclos de
São Vicente em Portugal
com apresentações do Siré Obá na cidade de Évora e Lisboa.
Ainda
em 2013, o NATA estreia no Teatro Vila Velha o show afro performático musical
Adupé!
LINHA DE PESQUISA DO GRUPO
Quando
o ator entra em cena, ele não está sozinho. Carrega em cada partícula do seu
corpo a história, a cultura e os valores de onde veio. Mesmo sem raciocinar
muito sobre isso, a sua simples presença em cena fala muito de um determinado
lugar, de determinadas pessoas e seus respectivos costumes.
Observando
o dia a dia das comunidades de axé (Terreiros de Candomblé) - compreendendo as
noções de sagrado, o respeito aos mais velhos, o valor da vida, da natureza, do
equilíbrio entre material e espiritual e o transe ritual - foi que o NATA
identificou a necessidade de um teatro que trouxesse para a cena a história de
uma cultura que durante séculos vem sendo demonizada.
Partindo
da premissa que a ancestralidade africana forma e integra a ancestralidade
primordial da humanidade, fomos buscar no Candomblé o material basilar e
necessário para a construção de um teatro fundamentado no teatro-físico ritual;
este se traduz num teatro pautado na fisicalidade, na força da presença
dilatada do corpo do ator na cena, na pré expressividade, um teatro que busca exaustivamente a
prontidão e o auto conhecimento integral do corpo e da mente e possui na
ritualidade, no jogo entre o plano da materialidade e o plano da
imaterialidade, na cerimônia do encontro do ator com a sua divinitude seus
pilares mais fortes.
Influenciados
pela teoria do Teatro Antropológico de Eugênio Barba, o
Teatro Pobre de Jerzi Grotowiski, o Teatro político–dialético de Bertolt Brecht
e pela estética e política cênicas do Bando de Teatro Olodum (BA) e a Cia dos
Comuns (RJ,) o NATA
tem o teatro físico-ritual como linha de pesquisa e, na busca da ancestralidade
afro-brasileira, o Candomblé a sua espinha dorsal. Esta busca resultou na
pesquisa cênica “Ativação do movimento ancestral”, uma investigação com o
intuito de colaborar com o fazer cênico do ator tendo como grande objetivo ver
em cena a história dos ancestrais africanos e toda a cultura de resistência
criada por eles e seus descendentes no Brasil.
Acreditamos
que a arte é um grande instrumento para guardar a memória de um povo, sua
cultura, seus feitos, enfim, sua existência. Dessa forma, a linha de pesquisa
do NATA está no teatro primitivo, no qual os signos sensoriais sobrelevam o
plano da racionalidade cartesiana e
o ator é um elo de ligação entre
a dimensão espiritual e a dimensão humana e que faz o teatro o lugar de
encontro do material com o imaterial.
HISTÓRICO DO GRUPO
1998
- O seco da seca
1999
- Tá na cor
1999
- Guarda-roupa íntimo
2002
- Senzalas “A história, o espetáculo”.
2004
- Perfil “Só vendo pra crer”
2005
- A Eleição
2009
- Sirê Obá “A festa do Rei” – Espetáculo vencedor do Edital Manoel Lopes Pontes da
FUNCEB – 2008 e foi indicado ao prêmio Braskem de Teatro 2010 nas categorias:
Melhor espetáculo adulto, direção revelação, categoria especial para Jarbas
Bittencourt pela trilha do espetáculo. Venceu na categoria especial.
2010
- Ogum “Deus e Homem” –
Espetáculo vencedor do I Prêmio Nacional de Expressões Afro brasileira com
patrocínio da Fundação Cultural Palmares, Ministério da Cultura, Petrobrás e
CADON.
2011
– “Abismo, todas as coisas são frágeis”, parceria com o Teatro da Queda.
2012
– “Popoesia papa criança”, parceria com o Grão.
2013
– “Adupé,” show cênico musical
2013
– Eremin – Espetáculo
infanto-juvenil (em construção)
2014 - Exú, a Boca do Universo (em construção)
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